terça-feira, 30 de maio de 2017

A DÚVIDA CONVENIENTE E AS “CERTEZAS CIENTÍFICAS”

Após algumas discussões relacionadas a temas morais, éticos e religiosos, pude constatar que a grande maioria das pessoas de nossa época, têm algo em comum: relativizam todo conhecimento religioso ou metafísico, mas são absolutamente seguros das “verdades científicas”. Por que isso acontece?
Por que lhes falta o conhecimento de que a ciência não produz verdades absolutas. Em ciência tudo pode ser reformulado, tendo em vista que o método científico deixa aberta a possibilidade de que nova informação possa explicar melhor a causa de determinados fenômenos ou mesmo gerar uma nova teoria, em contraste com teorias anteriores.

No entanto, os resultados alcançados pela medicina e os crescentes avanços em tecnologia são frequentemente apresentados como provas de que a ciência está com a “verdade”.  Diz-se: “Veja, funciona! ”

Essa pressuposição se sustenta após apurada reflexão a respeito do assunto?
Pensamos que não. Não é por que o resultado de uma operação matemática deu certo que o meio utilizado é necessariamente o correto. É possível acertar o resultado de uma conta, mas ter errado nos cálculos. Quem não passou por esta experiência quando criança? Isso serve apenas para ilustrar que mesmo a medicina apresentando os resultados que apresenta a explicação para o porquê de suas previsões funcionarem, ainda está sujeita a erros. E o método científico contempla essa situação como normal, pois este não pretende fornecer conhecimento absoluto. A bem da verdade é que o método científico não oferece o porquê de nada, apenas o como. A ciência é descritiva. As questões explicativas e analíticas dizem respeito a uma outra disciplina: a Filosofia.

Bem, é neste ponto que tocamos no tema do texto. As pessoas aprendem da filosofia apenas o que lhes é agradável. Por exemplo, duvidar e questionar as bases de nossas certezas é uma atividade filosófica, mas duvidar apenas do que me interessa duvidar e irrefletidamente aceitar como verdade aquilo que me trará uma maneira de viver mais prazerosa é algo no mínimo incoerente.

É fácil aceitar que o mundo não tem sentido fundamental, visto que ele não foi criado por ninguém, pois o resultado disso é que a moral fica sendo relativa. Não existe prestação de contas pelo que se faz em vida, pois não há nada após a morte e, portanto, o que acharmos melhor podemos fazer, inclusive por meio da força (ou leis). O resultado disso é que o direito e os deveres ficarão nas mãos de quem tiver o poder de coerção, o Estado. Não se percebe, mas é dessa cosmovisão que surgirá a perseguição aos crentes na época que antecede o retorno do Senhor.

Do outro lado é difícil sustentar que Deus criou o mundo e fez o homem com direitos e deveres. Pois, desse modo o descumprimento do dever trará culpa ao infrator ante o seu Criador e, portanto, nós temos de nos reconhecer desobedientes e merecedores de castigo. Tendo, enfim certeza, que mesmo não sendo punidos em vida, estamos sujeitos a enfrentar a justiça de Deus na existência após a morte. 

Essa posição não é agradável para a maioria das pessoas. É preferível negar o castigo e a culpa, para que vivamos no egoísmo, sem culpa, e pensando somente no prazer pessoal, sem nenhuma culpa. Além disso, poderiam relativizar toda determinação bíblica ou de qualquer que seja a religião, alegando serem estas, meras invenções.

Quais as consequências de se afirmar que há um criador único para o universo e que ele estabeleceu contato conosco através de uma revelação objetiva e cognoscível?

O fim do relativismo e o começo de uma vida de perseguição para quem sustentar tal posição.

Isso acontece porque a maioria não pensa e nem quer pensar a respeito dos fundamentos daquilo que afirmam, consequentemente acham que os crentes são todos pessoas de 10 anos de idade acreditando em contos de fadas, como eles. Na verdade, as pessoas que não querem sequer ouvir o que qualquer crente tem a dizer são as que menos estudam o assunto antes de emitir opinião sobre o mesmo. Consequência: querem ensinar sobre Bíblia a crentes maduros e experimentados em muitos anos de estudo bíblico, como se estivessem falando com ignorantes. São cheios de frases de efeito com péssima filosofia, preconceituosos, arrogantes e presunçosos. Acreditam estar acima de qualquer um que afirme uma fé bíblica. Há razão para isso? Houve verdadeiro estudo e dedicação na investigação dos assuntos e interpretações bíblicas? Têm eles uma cosmovisão a respeito? Sequer sabem o que é uma cosmovisão?

A visão destes é contaminada pelos seus pressupostos injustificados e falsos, mas eles ainda assim se afirmam de maneira extremamente arrogante. Chegam sempre ao mesmo cúmulo de dizer que nós, os crentes, é que somos arrogantes e cremos de maneira cega.
Dar ouvidos a mensagem bíblica, estuda-la e pela fé buscar vivê-la, trará muitas dificuldades de relacionamento, principalmente em nossa cultura, que escolheu relativizar e duvidar apenas das afirmações religiosas (em particular as afirmações e conceitos bíblicos). Para as pessoas de nosso tempo toda afirmação de que a Bíblia ensina isso ou aquilo é relativa (subjetiva). Em outras palavras falam como se de fato não fosse possível a linguagem objetiva e a compreensão acertada. Tudo bem se essa visão se estendesse a todas as coisas, mas nunca é esse o caso. Isso só vale para as afirmações bíblicas ou religiosas em geral.

É muito interessante essa dúvida conveniente! E mais ainda as afirmações do absolutismo “científico”.

Anderson Oliveira