Após algumas
discussões relacionadas a temas morais, éticos e religiosos, pude constatar que
a grande maioria das pessoas de nossa época, têm algo em comum: relativizam
todo conhecimento religioso ou metafísico, mas são absolutamente seguros das
“verdades científicas”. Por que isso acontece?
Por que lhes falta o
conhecimento de que a ciência não produz verdades absolutas. Em ciência tudo
pode ser reformulado, tendo em vista que o método científico deixa aberta a possibilidade
de que nova informação possa explicar melhor a causa de determinados fenômenos
ou mesmo gerar uma nova teoria, em contraste com teorias anteriores.
No entanto, os resultados
alcançados pela medicina e os crescentes avanços em tecnologia são
frequentemente apresentados como provas de que a ciência está com a “verdade”. Diz-se: “Veja, funciona! ”
Essa pressuposição se
sustenta após apurada reflexão a respeito do assunto?
Pensamos que não. Não
é por que o resultado de uma operação matemática deu certo que o meio utilizado
é necessariamente o correto. É possível acertar o resultado de uma conta, mas
ter errado nos cálculos. Quem não passou por esta experiência quando criança?
Isso serve apenas para ilustrar que mesmo a medicina apresentando os resultados
que apresenta a explicação para o porquê de suas previsões funcionarem, ainda
está sujeita a erros. E o método científico contempla essa situação como
normal, pois este não pretende fornecer conhecimento absoluto. A bem da verdade
é que o método científico não oferece o porquê
de nada, apenas o como. A ciência é
descritiva. As questões explicativas e analíticas dizem respeito a uma outra
disciplina: a Filosofia.
Bem, é neste ponto que
tocamos no tema do texto. As pessoas aprendem da filosofia apenas o que lhes é
agradável. Por exemplo, duvidar e questionar as bases de nossas certezas é uma
atividade filosófica, mas duvidar apenas do que me interessa duvidar e
irrefletidamente aceitar como verdade aquilo que me trará uma maneira de viver
mais prazerosa é algo no mínimo incoerente.
É fácil aceitar que o mundo não
tem sentido fundamental, visto que ele não foi criado por ninguém, pois o
resultado disso é que a moral fica sendo relativa. Não existe prestação de
contas pelo que se faz em vida, pois não há nada após a morte e, portanto, o
que acharmos melhor podemos fazer, inclusive por meio da força (ou leis). O resultado
disso é que o direito e os deveres ficarão nas mãos de quem tiver o poder de
coerção, o Estado. Não se percebe, mas é dessa cosmovisão que surgirá a
perseguição aos crentes na época que antecede o retorno do Senhor.
Do outro lado é difícil
sustentar que Deus criou o mundo e fez o homem com direitos e deveres. Pois,
desse modo o descumprimento do dever trará culpa ao infrator ante o seu Criador
e, portanto, nós temos de nos reconhecer desobedientes e merecedores de
castigo. Tendo, enfim certeza, que mesmo não sendo punidos em vida, estamos
sujeitos a enfrentar a justiça de Deus na existência após a morte.
Essa posição não é
agradável para a maioria das pessoas. É preferível negar o castigo e a culpa,
para que vivamos no egoísmo, sem culpa, e pensando somente no prazer pessoal,
sem nenhuma culpa. Além disso, poderiam relativizar toda determinação bíblica
ou de qualquer que seja a religião, alegando serem estas, meras invenções.
Quais as consequências
de se afirmar que há um criador único para o universo e que ele estabeleceu
contato conosco através de uma revelação objetiva e cognoscível?
O fim do relativismo e
o começo de uma vida de perseguição para quem sustentar tal posição.
Isso acontece porque a
maioria não pensa e nem quer pensar a respeito dos fundamentos daquilo que
afirmam, consequentemente acham que os crentes são todos pessoas de 10 anos de
idade acreditando em contos de fadas, como eles. Na verdade, as pessoas que não
querem sequer ouvir o que qualquer crente tem a dizer são as que menos estudam
o assunto antes de emitir opinião sobre o mesmo. Consequência: querem ensinar
sobre Bíblia a crentes maduros e experimentados em muitos anos de estudo
bíblico, como se estivessem falando com ignorantes. São cheios de frases de
efeito com péssima filosofia, preconceituosos, arrogantes e presunçosos.
Acreditam estar acima de qualquer um que afirme uma fé bíblica. Há razão para
isso? Houve verdadeiro estudo e dedicação na investigação dos assuntos e
interpretações bíblicas? Têm eles uma cosmovisão a respeito? Sequer sabem o que
é uma cosmovisão?
A visão destes é
contaminada pelos seus pressupostos injustificados e falsos, mas eles ainda
assim se afirmam de maneira extremamente arrogante. Chegam sempre ao mesmo
cúmulo de dizer que nós, os crentes, é que somos arrogantes e cremos de maneira
cega.
Dar ouvidos a mensagem
bíblica, estuda-la e pela fé buscar vivê-la, trará muitas dificuldades de
relacionamento, principalmente em nossa cultura, que escolheu relativizar e
duvidar apenas das afirmações religiosas (em particular as afirmações e
conceitos bíblicos). Para as pessoas de nosso tempo toda afirmação de que a Bíblia
ensina isso ou aquilo é relativa (subjetiva). Em outras palavras falam como se
de fato não fosse possível a linguagem objetiva e a compreensão acertada. Tudo
bem se essa visão se estendesse a todas as coisas, mas nunca é esse o caso.
Isso só vale para as afirmações bíblicas ou religiosas em geral.
É muito interessante
essa dúvida conveniente! E mais ainda as afirmações do absolutismo
“científico”.
Anderson Oliveira
Anderson Oliveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário