sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Erros Que os Críticos da Bíblia Devem Evitar IV


Chegamos ao fim de uma série de quatro postagens direcionadas aos críticos  de plantão da bíblia. Espero ter ajudado ao demais, que mesmo não sendo críticos no mau sentido o são para defender a sua fé e questionar aos que, sem instrução, estão verberando nas universidades e escolas contra a santa palavra de Deus. Que todos leiam e releiam a vontade, a fim de inculcar estes erros na mente, para que saibam como ler de forma correta a bíblia sagrada e consequentemente saibam defender, com sabedoria, o Deus do livro e o livro de Deus.

Erro número 16: Confundir afirmações gerais com universais.

Com freqüência, os críticos rapidamente chegam à conclusão de que afirmações que não mencionam restrições não admitem exceções. Apoderam-se de versículos que apresentam verdades gerais e então regozijam-se em mostrar óbvias exceções. Ao fazerem isso, se esquecem de que tais afirmações foram feitas com a intenção de serem generalizações.
               
O livro de Provérbios é um bom exemplo de casos assim. Dizeres proverbiais, por sua própria natureza, dão-nos apenas uma direção, e não uma certeza aplicável a todos os casos. São regras para a vida, mas regras que admitem exceções. Provérbios 16:7 é um desses casos. A afirmação é: "Sendo o caminho dos homens agradável ao Senhor, este reconcilia com eles os seus inimigos". Isto obviamente não tinha a intenção de ser uma verdade universal. Paulo era agradável ao Senhor, e seus inimigos o apedrejaram (At 14:19). Jesus foi agradável ao Senhor, e seus inimigos o crucificaram! Não obstante, esta é uma regra geral: aquele que vive de modo a agradar ao Senhor poderá minimizar o antagonismo de seus inimigos.
               
Outro exemplo de uma verdade geral é Provérbios 22:6: "Ensina a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho não se desviará dele". Entretanto, outras passagens da Bíblia nos mostram que isto nem sempre é verdade. De fato, alguns homens piedosos na Bíblia (inclusive Jó, Eli e Davi) tiveram filhos perversos. Este provérbio não contradiz a experiência por ser um princípio geral, que se aplica de maneira geral, mas que permite exceções em casos isolados. Os provérbios não têm a característica de ser garantias absolutas. Antes, eles expressam verdades que nos proporcionam conselhos e direções úteis, que cada um de nós deve aplicar à própria vida, a cada dia.
               
Não passa de um simples erro presumir que a sabedoria de um provérbio seja sempre uma verdade universal. Os provérbios são sabedoria (direções gerais), não leis (imperativos com aplicação universal). Quando a Bíblia declara "...vós sereis santos, porque eu sou santo" (Lv 11:45), então não há exceções. Santidade, bondade, amor, verdade e justiça estão na raiz precisa da natureza de Deus, que é imutável e, por isso, não admite exceções. Mas a sabedoria toma as verdades universais de Deus e as aplica a circunstâncias específicas e sujeitas a alterações, as quais, por sua própria natureza mutável, nem sempre produzirão os mesmos resultados. Não obstante, a sabedoria ainda assim é muito útil como um guia para a vida, mesmo admitindo eventuais exceções.

Erro número 17: Esquecer-se de que uma revelação posterior sobrepõe-se a uma anterior.
               
Algumas vezes, os críticos das Escrituras se esquecem do princípio da revelação progressiva. Deus não revela tudo de uma só vez, nem determina sempre as mesmas condições para todos os períodos do tempo. Portanto, algumas de suas revelações posteriores vão sobrepor-se a afirmações anteriores.
               
Os críticos da Bíblia às vezes confundem uma mudança na revelação com um erro. O erro, entretanto, é do crítico. Por exemplo, o fato de que a mãe ou o pai de uma criança permita que ela, quando bem pequena, coma com a mão, para somente mais tarde ensinar-lhe a comer com uma colher não é uma contradição. Nem ainda a mãe ou o pai estará se contradizendo quando, mais tarde, insistir para que o filho use um garfo, e não mais uma colher, para comer vegetais. Isto é revelação progressiva, sendo cada ordenança adequada à circunstância particular em que a pessoa se encontra.
               
Houve uma época em que Deus testou a humanidade proibindo-a de comer o fruto de uma determinada árvore no jardim do Éden (Gn 2:16-17). Este mandamento não está mais em vigor, mas a revelação posterior não contradiz a anterior. Também houve um período (sob a lei de Moisés) em que Deus ordenou que animais fossem sacrificados pelo pecado do povo. Entretanto, desde que Cristo ofereceu o sacrifício perfeito pelo pecado (Hb 10:11-14), esse mandamento do AT não está mais em vigor. Aqui, de novo, não há contradição entre o mandamento posterior e o anterior.
               
De igual forma, quando Deus criou a raça humana, ele ordenou que se comessem apenas frutas e vegetais (Gn 1:29). Mas depois, quando as condições se alteraram após o dilúvio, Deus ordenou que se comesse também carne (Gn 9:3). Tal mudança de uma condição herbívora para uma carnívora é uma revelação progressiva, mas não se constitui uma contradição. De fato, todas as subseqüentes revelações são simplesmente mandamentos diferentes para pessoas diferentes em tempos diferentes, dentro do plano geral de Deus para a redenção.
               
É certo que Deus não poda alterar mandamentos que têm que ver com a sua natureza Imutável (cf. Ml 3:6; Hb 6:18). Por exemplo, sendo Deus amor (1 Jo 4:16), ele não pode ordenar que o odiemos. Nem pode ordenar o que é logicamente impossível, como, por exemplo, oferecer e, ao mesmo tempo e com o mesmo propósito, não oferecer um sacrifício pelo pecado.
               
Mas, apesar desses limites de ordem lógica e moral, Deus pode e revelou-se de maneira progressiva e não contraditória. Quando, porém, os fatos relativos a sua revelação são tirados do próprio contexto e comparados a outros anteriores, podem parecer uma contradição. Esse, contudo, é o mesmo tipo de erro de quem acha que a mãe está-se contradizendo ao permitir que o filho, agora mais velho, vá dormir mais tarde.
               
Depois de quarenta anos de estudo contínuo e cuidadoso da Bíblia, a única conclusão a que se pode chegar com respeito àqueles que pensam terem descoberto um erro na Bíblia é que eles não sabem muita coisa a respeito dela - na verdade, sabem é muito pouco sobre a Bíblia! Isso não significa, é claro, que entendemos todas as dificuldades existentes nas Escrituras. Mas, certamente, isso nos faz crer que Mark Twain tinha razão ao concluir que não era a parte da Bíblia que ele não entendia o que mais o incomodava, mas as partes que ele compreendia, estas, sim, o incomodavam!


Texto extraído do livro: Manual popular de dúvidas, enigmas e "contradições" da Bíblia.
Autores: Norman Geisler e Thomas Howe.
Editora: Mundo Cristão.

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