É longa a disputa que vem
perdurando durante séculos entre a fé e a razão. Uns dizem ser a fé a única
maneira de se conceber o mundo a nossa volta, outros, porém, alegam ser a razão
a medida de todas as coisas, e há quem diga que ambas se completam. O que dizer
sobre um assunto tão debatido e controvertido como esse?
Bem, para começar queremos
dizer que não pretendemos com esse post liquidar o assunto e convencer a todos.
Queremos sim alcançar os leitores que tem a mente livre de pré-concepções
“imbatíveis” e lhes mostrar não o nosso, mas o ponto de vista bíblico. Alguns
já irão dizer: Ah ele crê na bíblia, é um pobre louco que acredita em fábulas.
Porém, não estamos preocupados com mentes supostamente brilhantes que não
precisam mais aprender sobre nada. Nossa preocupação é em responder aos que
estão buscando respostas para questionamentos acerca da fé e querem conhecer
melhor os pontos de vista, para assim tirar conclusões. Nosso objetivo é
esclarecer assuntos obscuros e deixar a critério do leitor o concordar ou o
discordar.
Vamos ao que interessa?
Aqueles que dizem ser a fé o
único meio de se conceber o mundo não estão completamente errados, mas esse
ponto de vista tem falhas notórias. Como se explica um mundo real, que tem leis
reais e que precisa ser ponderado pelos nossos pensamentos, para podermos viver
nele, somente pela fé? Ora, a fé é na sua definição mais simples, crer. Mas eu
posso crer na minha razão, os adeptos da razão como medida de todas as coisas
vão argumentar. Então como conciliar uma coisa com a outra? Pode haver
equilíbrio?
Pensamos que o equilíbrio não
só existe como é a solução para essa intrigante questão. Pensemos um pouco
mais. Na própria definição de fé nós temos a resposta. Crer é o mesmo que ter
fé, porem se eu apenas crer em tudo o que me disserem isso é fé ou é loucura?
Precisamos ponderar sobre as coisas a nossa volta racionalmente e depois tomar
uma decisão. Crer ou não crer, que devo fazer algo. Vamos ao outro lado da
moeda. Se eu me utilizar apenas da razão eu posso explicar tudo, sem ter fé que
eu tenho uma mente? Porque você fala em ter fé que tenho uma mente? Por que a
fé tem também em sua definição a característica de surgir para suprir uma falta
no campo da razão. Como assim? Existem coisas a nossa volta que nós sabemos trazer
efeitos ruins sobre nós. Por exemplo; a gravidade. Se eu decidir pular de um
prédio de dez andares, sem para quedas, tenho certeza de que irei me machucar
muito ou até morrer. Não tenho como explicar a gravidade tenho apenas como
conhecê-la e saber os seus efeitos. Não posso nem ao menos vê-la! Por que então
eu não pulo do prédio, se a minha razão não pode explicar tudo sobre a
gravidade?
Não é porque não conhecemos
tudo sobre uma coisa que deixamos de agir em função dela. Então, sempre agimos
com certa reserva e sem saber todos os porquês das coisas. Isso se chama fé.
Porém essa fé tem alguma razão ou razões, melhor dizendo.
Portanto, pela nossa própria
razão nós agora comprovamos que a fé é necessária até para se pensar ou
raciocinar. “Penso, logo existo”, concordo plenamente com o pensador. Seria uma
contradição raciocinar sem acreditar que a sua mente existe, independentemente
de provas. Como se prova o pensamento através do próprio pensamento? A fé é
necessária para se raciocinar. Precisamos pressupor que temos uma mente, para
que possamos deliberar sobre o mundo, em suas leis físicas, químicas, sociais,
políticas e etc...
Concluímos que para se usar a
razão é necessário crer e para se crer é necessário usar a razão. Logo, a fé é
primeira, depois passa a ser segunda. Se não entendeu a conclusão recomendamos
que releia o texto com atenção.
Até aqui a argumentação é
puramente filosófica, mas e se dermos uma olhada na bíblia sagrada?
A bíblia, para nós cristãos,
é a palavra de Deus. Foi Ele quem fez todas as coisas e quem criou os homens e
lhes deu a capacidade de pensar ou raciocinar, porém Deus em si mesmo é um ser
incompreensível para nós, não totalmente, é claro (Is 55.9). E assim como a
nossa mente não pode ser explicada por ela mesma de forma plena, assim também
não conhecemos a Deus de forma plena. O que não significa que não conhecemos a
Deus de forma alguma. Onde entra a fé e a razão nessa seqüência? O Senhor nos
fez de forma que podemos entender pela razão que Ele nos fez, e ao longo da história
tem nos dado inúmeras provas de que existe. Mesmo não o conhecendo por inteiro
e sem saber explicar tudo sobre Ele, visto que é Deus, podemos crer
perfeitamente sem sermos taxados de irracionais. Existem muitos que chegam a
dizer que é preciso ter mais fé para ser ateu do que para se crer em Deus.
Concordo! Pois para se crer é preciso ter alguma razão, isso não significa que
a razão seja primeira e única medida das coisas, já falamos sobre isso. Mas, depois de crer que pensamos, então podemos começar a usar a razão para ver
em quem devemos crer. “Estai
sempre preparados para responder com mansidão e temor a todo aquele que vos
pedir a razão da esperança que há em vós” (1 Pe 3. 15b). Cremos em Deus e pensamos ser mais racional crer nEle que em qualquer coisa ou
simplesmente no acaso.
Estamos prontos a defender as Razões da Fé.
Está escrito: “Ora, a fé é o firme
fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem.”
“Pela fé entendemos que os mundos
foram criados pela palavra de Deus; de modo que aquilo que se vê não foi feito do
que é aparente (ou visível).”
“Ora, sem fé é impossível agradar
a Deus; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe,
e que é galardoador dos que o buscam.”
(Hb 11. 1,3,6)
Glória seja ao Senhor que
tudo fez!
Anderson Oliveira da Silva
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